Varíola dos macacos: descartado caso suspeito da doença em Uberlândia
Varíola dos macacos — Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY/BBC
Análise em questão é referente ao óbito do policial penal de 41 anos, anunciado no último sábado (11). Uma outra morte é investigada em Ituiutaba.
O Ministério da Saúde descartou nesta quarta-feira (15) uma suspeita de varíola dos macacos em Minas Gerais. O caso em questão é referente ao óbito do policial penal de 41 anos, anunciado em Uberlândia no último sábado (11). Ele estava internado no Uberlândia Medical Center (UMC).
As causas da morte ainda estão em investigação, mas a hipótese da varíola dos macacos foi descartada pela Fundação Ezequial Dias. O descarte também foi informado pelo coordenador da Rede de Urgência e Emergência de Uberlândia, Clauber Lourenço.
O homem era de Uberlândia e trabalhava em Araguari.
Minas Gerais ainda tem um caso suspeito da doença, em Ituiutaba. Conforme a Prefeitura da cidade, o paciente do sexo masculino apresentou alguns dos sintomas da monkeypox e buscou atendimento no último domingo (12).
A Secretaria Municipal de Saúde disse ainda que o homem tinha bom estado de saúde e foi orientado ao isolamento domiciliar, sendo monitorado pelo Departamento de Vigilância em Saúde.
Na Unidade de Pronto Atendimento Municipal de Ituiutaba (Upami) foram colhidos materiais biológicos, que foram enviados para a realização de exames específicos na Funed em Belo Horizonte. A previsão é que o resultado saia em quatro dias.
Orientação aos municípios
Para o diagnóstico laboratorial, a SES-MG orientou aos municípios a coleta de amostras para análise pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Todos os dados clínicos também estão em análise pela equipe técnica da SES-MG e do Ministério da Saúde para investigação e encerramento dos casos.
A SES-MG, SRS Uberlândia, SRS de Ituiutaba e as secretarias municipais estão investigando os casos, monitorando os contatos próximos e fazendo as recomendações necessárias.
Casos de varíola dos macacos no Brasil
Até esta quarta-feira (15), quatro casos confirmados de varíola dos macacos no Brasil, sendo 2 em no estado de São Paulo, 1 no Rio Grande do Sul e 1 no Rio de Janeiro.
Apesar da preocupação global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) “ressalta que não houve mortes associadas à doença. Além disso, não recomendou vacinação em massa e diz que o atual surto pode ser controlado com vigilância e rastreamento de contatos”.
Mundo
A OMS disse que a varíola dos macacos traz um “risco moderado” para a saúde pública mundial depois que casos foram relatados em países onde a doença não é endêmica.
“O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, afirmou a OMS.
Sintomas e transmissão
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.
“Depois do período de incubação [tempo entre a infecção e o início dos sintomas], o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração”, explicou Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
“O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés”, completou Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.
Publicdo por G1