UFMG tem corte no orçamento superior ao esperado, que pode afetar primeira vacina brasileira contra a Covid-19
Prédio da reitoria da UFMG, em Belo Horizonte — Foto: Pedro Cunha/G1
Redução pode chegar a R$ 76 milhões e afetar gastos com infraestrutura, como contas de água e luz.
O orçamento federal para 2021, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, prevê um corte de R$ 76 milhões nas verbas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A instituição esperava uma redução de R$ 32 milhões, o que já seria preocupante.
Em um ano de combate ao coronavírus, a UFMG liderou mais de 200 pesquisas sobre a doença. Sete delas são de desenvolvimento de vacinas, todas em fase de estudos pré-clínicos, que procuram atestar a capacidade da substância de provocar uma resposta imune do organismo. Uma delas pode vir a ser a primeira criada no Brasil.
O veto do presidente reduziu em R$ 1,1 bilhão o orçamento do Ministério da Educação (MEC), afetando as universidades federais. Em seguida, houve um bloqueio orçamentário na pasta de R$ 2,7 bilhões.
A expectativa da universidade é que este bloqueio seja revertido pelo Ministério da Economia ao longo do ano.
“Se por um lado a gente tem recursos de agentes de fomento para Covid-19, como é o caso da vacina, por outro, a universidade precisa de recursos para fazer sua contrapartida. Pagar conta de luz, pagar conta de telefone e de água. Se a universidade não tem recursos para cumprir minimamente com estes compromissos, toda a outra fica comprometida”, disse o pesquisador Flavio Guimarães da Fonseca.
Em nota, o MEC informou que “está atento a situação que preocupa suas unidades vinculadas e, na expectativa de uma evolução positiva do cenário fiscal, seguirá envidando esforços para reduzir o máximo que for possível os impactos na LOA 2021”.
O Ministério da Economia não se pronunciou sobre o assunto.