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Toffoli pede perdão a Lula por impedi-lo de se despedir do irmão Vavá

Toffoli pede perdão a Lula por impedi-lo de se despedir do irmão Vavá

Dias Toffoli foi indicado à Corte Suprema pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Durante a cerimônia de diplomação de Lula, no entanto, com a proximidade entre eles no auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Toffoli se dirigiu a Lula e, sem qualquer rodeio, foi direto ao pedido de “perdão’ pelo ato de impedir que o líder popular comparecesse à despedida Vavá, que morreu vítima de um câncer, em janeiro de 2019.

Por Redação – de Brasília
O ambiente tóxico porque o país atravessou ao longo dos últimos seis anos, iniciando-se no golpe de Estado que derrubou a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) e a se encerrar no próximo dia 1º de Janeiro com a posse do presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve seu nível de virulência e ódio no ápice em 2018. A vitória do agora mandatário em fim de carreira Jair Bolsonaro (PL) ainda era comemorada, com apoio dos grandes conglomerados de mídia.

A prisão de Lula marcou para sempre o período, na História do país, como um tempo de trevas, a ponto de o prisioneiro ser proibido até de comparecer ao velório do irmão mais amado, por influência do então juiz e agora senador eleito Sérgio Moro (UB).

Velório
Coube ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli ser o último a assinar a decisão que marcou, de forma indelével, a memória do líder petista. Em sua sentença, Toffoli chegou a sugerir que o corpo de Genival Inácio da Silva, o Vavá, fosse trasladado a uma unidade militar, para que Lula pudesse prestar o último adeus ao irmão. A proposta foi, prontamente, rechaçada e, desde então, o hoje presidente prestes a tomar posse evita até o cumprimento ao magistrado, em ocasiões públicas.

Durante a cerimônia de diplomação de Lula, no entanto, com a proximidade entre eles no auditório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Toffoli se dirigiu a Lula e, sem qualquer rodeio, foi direto ao pedido de “perdão’ pelo ato de impedir que o líder popular comparecesse à despedida Vavá, que morreu vítima de um câncer, em janeiro de 2019. Na época, os advogados de Lula apelaram à Justiça para que o cliente fosse acompanhado até o local da solenidade, em São Bernardo do Campo, para se reunir à família.

Diante da toxidade política, expressa nos veículos conservadores de comunicação, que à época acompanhavam de forma parcial o golpe de Estado em curso e a eleição do mandatário neofascista, os juízes imediatos do caso — todos eles ligados a Moro — negaram o pedido de Lula para, simplesmente, dizer um último adeus àquele que o acompanhou, ao lado da mãe, Dona Lindu, desde o sertão de Pernambuco até o Palácio do Planalto e, àquela altura, ao cárcere de Curitiba.

Encontro
A Polícia Federal, já sob a gestão Bolsonaro, também foi contra a atenção ao prisioneiro, por razões ainda menores, até que o caso chegou ao STF. Os mesmos comentaristas da mídia conservadora que apoiaram a derrubada de Dilma Rousseff chegaram a acreditar que Toffoli “roeria a corda” para liberar o então ex-presidente para cumprir um ato humanitário. Sob os holofotes dos meios de comunicação, Toffoli autorizou apenas que o prisioneiro fosse conduzido a uma unidade militar, no Estado de São Paulo, onde poderia encontrar os familiares e o corpo do irmão, desde que fosse levado até lá.

De imediato, Lula recusou a oferta.

— O senhor tinha direito de ir ao velório. Me sinto mal com aquela decisão, e queria dormir nesta noite com o seu perdão — suplicou Toffoli, segundo noticiou neste sábado o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo.

Lula, que indicou o ministro à Corte Suprema, teria limitado-se a tocar a mão do ministro para tranquiliza-lo, e dizer que conversariam em outra hora. O presidente eleito, no entanto, ainda não abriu espaço em sua agenda para o encontro.

Publicado por Correio do Brasil

Redação

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