Tecnologia raio-x revela correspondência secreta censurada de Maria Antonieta
© Yuri Ferreira -Maria Antonieta, rainha consorte da França
Maria Antonieta é uma das figuras mais controversas da história: alvo de difamações constantes de seus adversários políticos, a austríaca habsburga que foi rainha consorte da França durante o período revolucionário acabou se tornando um dos maiores símbolos do Antigo Regime. Mas o que muitos jacobinos e girondinos não sabiam é que enquanto a Revolução Francesa ocorria, Antonieta só queria amar.
Quer dizer, não é bem assim. Antonieta era uma estrategista política – e ao contrário do que diz a mentira do “dê ao povo os brioches” – ela articulava uma saída mediada para a nobreza junto de suas conexões, afinal, era uma Habsburga e tinha parentes em todos os reinos da Europa. Mas um de seus correspondentes não era somente um correligionário nobre. Ao menos, é o que dizem novos estudos feitos com raio-x em cartas da rainha consorte.
Muitas das cartas de Maria Antonieta com Axel von Fersen, um nobre militar do Reino da Suécia, estavam censuradas (e não se sabe quem as censurou). O texto era borrado com tinta depois que o texto era lido. Até recentemente, o que estava por debaixo dos borrões era completamente desconhecido. Mas um estudo do Museu de História Natural da França liderado pela química Anne Michelin conseguiu descobrir o que acontecia entre Antonieta e von Fersen.
“Não posso terminar essa carta sem lhe dizer que você é meu querido, meu amigo amado, que eu amo te amo profundamente e que nunca irei passar um momento sem te adorar”, dizia um dos trechos censurados da carta.
A amizade entre Antonieta e von Felsen já era bastante conhecida nos meios da corte, assim como a relação difícil entre a rainha consorte e seu esposo, Luís XVI. Tudo indica que a austríaca e o sueco mantinham um romance.
Mas o mais incrível é que a tecnologia de raio X desenvolvida por Michelin pode ajudar a resolver outros mistérios do passado escondido no meio das correspondências históricas e até em fósseis.
Basicamente, o que Michelin fez foi utilizar espectroscopia de fluorescência, uma análise que não destrói os documentos, para investigar sua composição química. Quando instigados por raios-X, os elementos produzem “impressões digitais” fluorescentes únicas. Usando a técnica, os pesquisadores conseguiam entender as “camadas de tinta” que separam os escritores das cartas originais e do censor desconhecido.
As cartas evidenciam a história de amor extraconjugal entre os nobres europeus, mas a real mudança que o estudo comandado por Anne Michelin traz é o uso do raio-x para análise de documentos e fósseis.
Fonte: Tecnologia raio-x revela correspondência secreta censurada de Maria Antonieta (msn.com)