Professores de escolas particulares ameaçam parar hoje
Foto: Sindicato dos Professores de Minas Gerais
Em assembleia em Belo Horizonte, no dia 24 de maio, professores de escolas particulares em Minas voltaram a rejeitar, com apenas dois votos contrários, a proposta apresentada pelos donos de escolas nas negociações da campanha reivindicatória deste ano.
A categoria reafirmou que não aceitará retirada de direitos e foi decidido paralisar novamente as atividades nesta quarta-feira, 1º, e uma nova assembleia está sendo realizada neste momento, para decidir o rumo do movimento no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A categoria pretende paralisar as atividades por tempo indeterminado.
Os professores reivindicam recomposição salarial de acordo com a inflação acumulada e um ganho real de 5%, manutenção dos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), regulamentação do trabalho virtual, entre outros pontos de valorização profissional.
“É preciso resistir a essa proposta, não dá para aceitar isso. Não é fato que a história termina a partir da vontade dos grandes empresários do mundo. O sacrifício, o esforço e o adoecimento só cresceram na categoria. Então chegou a hora de dizer um basta. Vamos à luta e vamos resistir”, reforçou um professor da PUC Minas. O diretor do Sinpro Minas José Carlos lembrou que a última vez que a categoria teve um reajuste salarial com recomposição da inflação foi em 2019.
De acordo com a última proposta apresentada pelo sindicato patronal (Sinepe MG), os donos de escolas querem, por exemplo, retirar o desconto da bolsa de quem atrasar a mensalidade, aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária dos professores sem ter de indenizá-los, incluir na Convenção uma cláusula chamada de “controle alternativo de jornada”, que cria uma oportunidade para a escola não registrar nem pagar horas extras dos professores, entre outros pontos prejudiciais, de acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais.
O sindicato ainda informa que o patronal quer dividir a categoria, ao propor uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) diferente para os docentes do ensino superior. Em relação ao reajuste, eles ofereceram apenas 5% para a educação básica e 4% para o ensino superior – percentuais bem abaixo da inflação oficial.