Gazeta Itaúna

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PIX garantido: novidade do BC vai impulsionar novos produtos no mercado financeiro brasileiro

PIX garantido: novidade do BC vai impulsionar novos produtos no mercado financeiro brasileiro

Modalidade de pagamento, em aprovação pelo Banco Central, vem concorrer com cartões de crédito e segue tendência de desmaterialização

O mercado de meios de pagamento aguarda, ansioso, pela retirada do papel de um dos mais recentes projetos do Banco Central do Brasil (BC), o chamado PIX garantido.
A modalidade, embora ainda sem data para entrar em vigor, já agita as instituições financeiras e de pagamento e sobretudo seus desenvolvedores.
Primeiramente é preciso diferenciar o PIX Agendado, já existente, do PIX Garantido.
No PIX Garantido, a instituição que detém a conta do usuário vai se comprometer a realizar o pagamento, ainda que não tenha saldo na conta. O cliente poderá parcelar as suas compras, por exemplo, em até 12 parcelas.
Já no PIX Agendado, já em vigor, não há recorrência de pagamento e o usuário pode agendar um pagamento, mas pode cancelar a ação até a data prevista.
O PIX Garantido, permitirá ainda pagamentos recorrentes, como mensalidades de academia ou escola, por exemplo.
É um produto que, na prática, acaba sendo um grande concorrente do cartão de crédito.
As preocupações relacionadas à segurança desses pagamentos, obviamente, existem. É preciso olhar para dois aspectos distintos, o primeiro está relacionado à segurança tecnológica. Neste quesito, o BC certamente vai exigir, em norma, que as instituições participantes se submetam a testes.
Hoje, existe um ambiente chamado PIX tester, no qual as empresas precisam passar por uma homologação tecnológica.
Quanto a esta questão, acredito que o mercado não se preocupa tanto, salvo os desenvolvedores de soluções.
O segundo aspecto da segurança é o da confiabilidade de que as transações recorrentes sejam pagas.
Como muitas instituições que oferecem PIX ainda não possuem autorização de funcionamento pelo BC, pode haver situações nas quais o recebedor não confie na instituição e não queira correr o risco. Mas o mais provável é que o BC estabeleça critérios para que as empresas que irão oferecer o PIX Garantido, como ser uma instituição autorizada pelo BC, ou possuir capital mínimo, ou outro critério de solvabilidade mínima.
Por conta desta demanda, começa a surgir no mercado um novo produto, basicamente formado por empresas que garantirão esses pagamentos, correndo o risco pela instituição de pagamento que ofereceu o PIX Garantido. Mas, de fato, não sabemos ainda exatamente como isso se dará, porque ainda não existe a norma do BC.
Vivemos um momento de mudança de costumes, de mudança de hábitos, crescimento de pagamento por meios virtuais, aumento nas formas de instrumento de pagamento, a desmaterialização é certa e veio para ficar, na qual as pessoas darão cada vez mais valor para a função de determinado produto, a despeito do produto físico. Por exemplo, não precisamos mais do cartão efetivamente, podemos usar um app.
A funcionalidade de cartão pode estar numa pulseira.
A experiência do usuário também deve dar um salto, especialmente em pagamentos cross border (feito para o exterior). Melhoramos muito a experiência para pagamento local, mas pagamento para o exterior ainda é mais complexo. Para o futuro, vamos ter uma fluidez muito maior de recursos em transações internacionais. Há muito espaço para o mercado crescer, haja vista que o market share relevante ainda está nas mãos de poucos players.
Vejo um futuro bem interessante, com bastante evolução, e com evolução por bastante tempo.

Alisson Araujo

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