Moradores de Itatiaiuçu forçados a sair de casa em 2019 protestam contra a ArcelorMittal
Famílias cobram, por exemplo, a continuidade da prestação mensal
Mais de três anos após moradores serem evacuados às pressas devido ao risco de uma barragem de minério da ArcelorMittal se romper em Itatiaiuçu, na região Central de Minas Gerais, os atingidos pela ameaça de rompimento fazem uma manifestação, em frente à sede da empresa, nesta quinta-feira (9).
O ato, que reúne cerca de 300 pessoas no local, pede a continuidade da prestação mensal paga aos moradores, a manutenção da assessoria técnica independente, o cadastro da lista de espera e a reparação integral justa.
No dia 8 de fevereiro de 2019, três comunidades do município foram afetadas após o acionamento de um plano emergencial pela mineradora. “Famílias da Zona de Autossalvamento (ZAS) foram realocadas em caráter preventivo e residem em moradias provisórias, enquanto o restante dos moradores convivem no que chamam de ‘cidade fantasma’, dado que a ação espantou turistas e sitiantes da região, minando não só a convivência comunitária como também a economia local”, argumenta o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Depois de mais de 2 anos de negociação junto aos ministérios públicos estadual e federal, em junho de 2021 foi assinado um Termo de Acordo Complementar (TAC) para indenização coletiva dos moradores prejudicados pelo risco. E, então, ainda conforme o MAB, teve início a negociação dos danos individuais por núcleo familiar.
“As famílias têm enfrentado duras negativas por parte da empresa, que muitas vezes não reconhece os danos causados e até mesmo a condição de atingido(a) de membros do núcleo familiar”, diz o movimento.
655 famílias reconhecidas e 400 na lista de espera
Ao todo, são cadastradas pela assessoria técnica 655 famílias e, outras 400, ainda aguardam na lista de espera para serem cadastradas e, enfim, conseguirem negociar as indenizações dos danos individualmente. Neste mês, segundo o MAB, o MPMG propôs a prorrogação por mais 120 dias do pagamento, mas a ArcelorMittal se recusa a continuar depositando o valor que garante a subsistência dos atingidos, o que motivou o ato desta quinta.
Em nota, a ArcelorMittal informou que respeita o direito individual e coletivo de manifestação e que cumpre integralmente com o compromisso de pagamento de prestação mensal no valor de 2,5 salários mínimos às famílias.
Informações de O Tempo