Lula: Minha Casa, Minha Vida precisa atender também à classe média
Presidente fez um balanço da economia em conversa com o jornalista Marcos Uchôa, ao vivo, pelas redes sociais. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Em entrevista, presidente aborda retomada do ganho real do salário mínimo, nova faixa do Imposto de Renda, incentivo a automóveis e programa para endividados
Na estreia do programa Conversa com o Presidente, nesta terça-feira, 13/6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma análise do bom momento do Brasil na economia nesses quase seis meses de terceiro mandato. Entre os temas abordados, afirmou que o Minha Casa, Minha Vida precisa ser trabalhado para atender trabalhadores que têm salários entre R$ 8 e R$ 12 mil, e citou a importância da retomada da política de ganho real do salário mínimo para mover a economia.
“Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil. Esse cara também quer ter uma casa. Então, vamos ter que ter capacidade de fazer uma quantidade enorme de casa para essa gente”
O presidente também falou sobre o programa Desenrola, que visa ajudar mais de 70 milhões de brasileiros endividados a limpar o nome, e lembrou que o objetivo é que a isenção do Imposto de Renda esteja na faixa de R$ 5 mil até o final do mandato, além de destacar os esforços para retomar as 14 mil obras paradas em todo o país.
“Quando o dinheiro começa a circular, as pessoas começam a comprar e as coisas começam a acontecer. E nós temos que fazer muitas coisas. Precisamos não apenas fazer o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil. Esse cara também quer ter uma casa. E esse cara quer ter uma casa melhor. Então, vamos ter que ter capacidade de fazer uma quantidade enorme de casa para essa gente. Vamos ter que pensar em todos os segmentos da sociedade para fazer com que as pessoas se sintam contempladas”, disse Lula.
Ao se referir ao salário mínimo, reajustado para R$ 1.320 reais e que pela primeira vez voltou a ter aumento acima da inflação em seis anos, Lula explicou que isso é apenas o começo de um processo de recomposição que seguirá nos próximos anos. “Quando a gente resolveu aumentar o salário mínimo a gente disse: ‘ele vai aumentar um pouquinho agora, mas, daqui para frente, todo ano o salário vai ter aumento real”.
O modelo é o mesmo para os reajustes nas faixas de isenção do Imposto de Renda. “Quando a gente resolveu aumentar a tabela do Imposto de Renda para R$ 2.640, é porque a gente quer chegar a R$ 5 mil no fim do meu mandato sem pagar Imposto de Renda”, frisou. “Vamos trabalhar muito, porque o povo está com muita expectativa. Ele quer emprego, salário, educação de qualidade, quer ter área de lazer, quer ter acesso à cultura, e tudo isso está dentro do nosso planejamento para recuperar o país”.
DESENROLA – Outro ponto destacado na conversa com Marcos Uchôa foi o programa Desenrola, que tem como objetivo facilitar o pagamento de dívidas de até R$ 5 mil para cerca de 70 milhões de brasileiros que estão inadimplentes.
“Uma coisa importante é que estamos preocupados em encontrar uma saída para 72 milhões de brasileiros e brasileiras que devem e estão com o nome sujo no Serasa. Ou devem porque usaram o cartão de crédito para comprar comida, ou devem porque usaram o cartão de crédito para enfrentar a pandemia. E queremos ajudar essa gente. Por isso é que nós estamos criando um programa chamado Desenrola. Encontrar um jeito de livrar o nome da pessoa para ela poder voltar à normalidade do consumo”.
Lula citou outras ações, como a redução no preço dos carros populares e, no campo do agronegócio, o Mais Alimentos, para produzir tratores e implementos agrícolas para pequeno e médio produtor rural brasileiro. Segundo o presidente, esse conjunto de ações cria um ciclo virtuoso que impulsiona a economia nacional.
“Vai gerar o emprego, o emprego vai gerar o salário, o salário vai gerar o consumidor, o consumidor vai poder ganhar mais um salário, que vai gerar mais um emprego, mais um consumidor… E, assim, a roda gigante da economia vai funcionar, esse país vai voltar a crescer e a gente vai voltar a ter o direito de ser feliz outra vez”.
INFRAESTRUTURA – O presidente destacou ainda ações voltadas para a área de infraestrutura e adiantou que no próximo mês anunciará um programa específico nesse sentido. “A partir de 2 de julho vamos lançar um grande programa de obras para o desenvolvimento nacional com obras de infraestrutura em todas as áreas. Nós encontramos 14 mil obras paradas”, lembrou Lula.
TRIPÉ – Para o presidente, os programas sociais já anunciados, aliados às medidas econômicas, representam a síntese de um tripé indispensável para o desenvolvimento do país: credibilidade, estabilidade e previsibilidade. “Se a gente garantir isso está resolvido o problema”, concluiu Lula.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República