Banco Central autorizou bancos a bloquearem recursos de usuários se suspeitarem de fraudes no Pix
O Banco Central (BC) autorizou que as instituições financeiras, que suspeitarem de fraudes, bloqueiem os recursos suspeitos da conta do usuário recebedor por até 72 horas.
A medida foi anunciada nesta terça-feira (28) e passa a valer a partir de 16 de novembro.
Segundo o BC, a ideia é permitir uma análise “mais robusta” da possível fraude “aumentando a probabilidade de recuperação dos recursos pelos usuários pagadores que foram vítimas de algum crime”.
A instituição financeira deverá avisar ao usuário recebedor do bloqueio. O banco também determinou a obrigação da notificação de infração, mesmo para transações em que o pagador e o recebedor tenham conta na mesma instituição. Atualmente, esse comunicado é facultativo.
Para combater roubos e fraudes, o Banco Central tem anunciado um conjunto de medidas para tornar o uso do Pix mais seguro. Entre as mudanças, divulgadas no mês passado, está o estabelecimento de um limite de R$ 1 mil para transferências realizadas entre pessoas físicas no período noturno, que passa a valer no dia 4 de outubro.
O BC também vai determinar que os usuários do Pix compartilhem com autoridades de segurança pública as informações sobre transações suspeitas de envolvimento com atividades criminosas.
O especialista em segurança pública e privada Leonardo Sant’Anna ressalta que a medida demonstra preocupação com a quantidade de crimes. “As instituições bancárias fizeram a leitura desse novo comportamento dos marginais”, afirma.
Golpes
Estima-se que a cada dez golpes cometidos pela internet atualmente, sete são por meio do PIX.
Nos golpes aplicados é possível rastrear o criminoso, no entanto, é quase impossível devolver os valores para as vítimas, porque o dinheiro é transferido para outras contas em poucos minutos.
Assim que cai na conta do criminoso, em menos de 5 minutos o dinheiro é transferido para outros locais e por Pix também.
As maiores vítimas desses golpes, atualmente, são pessoas acima de 60 anos.
O Pix se transformou em um fenômeno nacional e, óbvio, atraiu o interesse de golpistas, que se aproveitam das novas tendências do mercado para lesionar usuários desatentos. Vários são os golpes aplicados, mas o procedimento de abordagem é o mesmo: repassar uma informação falsa, com aparência de regular, para atrair a vítima.
Criminosos que se envolvem em golpes pelo Pix podem responder por estelionato, roubo e formação de quadrilha. As penas para os crimes podem variar de um a 10 anos de prisão, além de multa.
Fiquem atentos.