Ameaçados de morte por traficantes, assassinos de motorista de aplicativo se entregam em BH
Leone tinha 22 anos (arquivo de redes sociais)
O corpo do motorista de aplicativo Leone Lucas dos Santos, 22 anos, que estava desaparecido desde o dia 28 de dezembro quando aceitou uma corrida para a cidade de Itabirito ainda não foi encontrado, mas seus assassinos se entregaram e confessaram o crime de latrocínio.
Segundo o delegado que cuida do caso eles se entregaram depois de receberem ameaças de morte por parte de traficantes do Aglomerado da Serra, em BH. Leonel Alves Pereira não tinha envolvimento com o tráfico, mas era muito querido por ser um rapaz trabalhador e que se dava bem com todo mundo naquela comunidade.
A Polícia ainda investigava o desaparecimento quando os suspeitos se entregaram e confessaram tudo. Eles disseram que decidiram se entregar porque a polícia não os mataria, mas os traficantes sim.
Eles contaram que pediram um carro de aplicativo, mas os dois primeiros motoristas não aceitaram a corrida. Leone aceitou levá-los de BH a Itabirito mas, receoso, mandou uma mensagem para um amigo dando seu destino e disse que estava achando tudo meio estranho.
Os quatro suspeitos são um rapaz de 25 anos, a namorada dele, de 31, um adolescente de 16, e a namorada dele, de 29 anos. Eles foram de carro próprio para uma festa em BH, mas na volta o veículo, que era de uma das irmãs, estragou e decidiram voltar para Itabirito de aplicativo.
Segundo o depoimento dos suspeitos, Leone pediu um adiantamento de cem reais, que foi pago com um Pix, para colocar gasolina. Quando ele saiu do carro os quatro decidiram que iam matar Leone para roubá-lo.
Quando Leone voltou o adolescente tinha tirado a camisa e feito uma corda, tipo “Tereza”, e entregue ao maior que estava sentado no banco detrás do motorista.
Leone foi enforcado com a camisa e seu corpo jogado no rio itabirito. Os bandidos tiraram todos os pertences do carro e levaram o veículo conduzido pelo menor, mas o carro teve problemas e foi abandonado com um dos pneus furado. No fim, tudo que eles levaram de Leone foram algumas moedas e, claro, a vida.
Quando a notícia se espalhou todos os moradores do Aglomerado ficaram revoltados e os traficantes fizeram chegar até os assassinos que, senão se entregassem à polícia, seriam mortos.
Mais corpos
Até os meados da manhã de hoje, quarta-feira, 3, o corpo de Leone não foi encontrado no rio, mas três outros corpos foram retirados das águas. Algumas famílias que têm parentes desaparecidos estão fazendo reconhecimento dos corpos.