Acima do teto: Lohanna sobre reajuste salarial e gratificação de secretários
A deputada Lohanna (PV), questionou em seu pronunciamento nesta quinta-feira (30/03), o pedido do governador Romeu Zema (Novo) em reajustar o salário em cerca de 300%. Segundo Lohanna o Estado mínimo é só para o trabalhador, para o Governador e seus amigos o Estado é grande.
Lohanna disse que a maioria dos deputados gostaria de estar discutindo assuntos mais relevantes para os mineiros. Sobre educação pública, pessoas que estejam esperando cirurgia e leitos. Isso enquanto os hospitais regionais aparecem só nas propagandas do governo. “É muito dinheiro para um Governador que foi eleito com o discurso da simplicidade. Que se a gente voltar nos vídeos de campanha, ele teria 9 secretarias. Agora quer secretaria porque tem que empregar a turma dele, que perdeu a eleição e está procurando emprego”, disparou.
A proposta de Zema, enviada à Assembleia Legislativa, é mais do que triplicar os salários do Governador, Vice-governador e Secretário a partir do mês de abril. A remuneração do governador, passaria dos atuais R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil. O valor continuaria subindo de forma escalonada até chegar a R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025.
A deputada também lembrou que Zema não se comprometeu a retirar os jetons, uma gratificação especial, dos secretários, que pode chegar a R$ 20 mil, além do salário.
“Agora reeleitos, o que eles querem é Estado mínimo só para o povo. Para eles e para a turma deles o Estado tem que ser grandão, para dar pra todo mundo se pendurar e ficar de barriga cheia”, ressaltou Lohanna.
A parlamentar questiona se Zema acha que os melhores quadros da administração são apenas os seus secretários. “É uma hipocrisia quando o governador fala que precisa aumentar salário para garantir os melhores quadros na Administração Pública. Mas ele não está preocupado com o salário de fome pago hoje, que faz com que os servidores que não querem continuar recebendo tão mal, busquem outras oportunidades. O Governador acha que podemos abrir mão dos melhores quadros da Educação? Da Saúde? Da Segurança Pública?”, indagou.
Segundo Lohanna, o Governador foi ao STF para não pagar o piso da Educação. E quatro anos depois tem servidor dentro de escola ganhando menos do que um salário mínimo. “Isso é inconstitucional, mas quem está por cima não está dando exemplo não, quer ganhar R$ 42 mil reais. É uma hipocrisia com o serviço público e com os trabalhadores mineiros”, alertou.