Curado da Covid-19, Mourão diz que tomará vacina e que não vai furar fila
Vice-presidente disse que imunização ‘é uma questão coletiva, não individual’ e que tomará vacina na data indicada pelo Ministério da Saúde.
Por Pedro Henrique Gomes, G1 — Brasília
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (11) que vai tomar a vacina contra Covid-19 mas que não vai “furar fila”, ou seja, não receberá o imunizante antes das pessoas que têm prioridade segundo os critérios definidos pelo Ministério da Saúde.
Mourão voltou ao trabalho nesta segunda após 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu para tratamento da doença. A jornalistas ele defendeu ainda que a imunização contra a Covid-19 é uma questão coletiva, e não individual.
“[Pretendo tomar a vacina] dentro da minha vez. Eu sou grupo dois de acordo com o planejamento [do Ministério da Saúde]. Não vou furar a fila, a não ser que seja propagandística”, disse o vice-presidente se referindo à possibilidade de tomar vacina ante do prazo para incentivar outras pessoas a aderirem à campanha de imunização.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa o pedido de uso emergencial no Brasil de duas vacinas contra a Covid-19. Uma é do Instituto Butantan, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. A outra é desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, do Reino Unido.
Anvisa analisa documentação das vacinas
Anvisa analisa documentação das vacinas
O vice-presidente defendeu ainda que “a vacina é para todo o país” e “uma questão coletiva.” As declarações de Mourão vão na direção oposta daquelas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem dito que não vai tomar a vacina e defende que ninguém seja obrigado a se vacinar.
“Eu acho que a vacina é para o país como um todo, é uma questão coletiva, não individual. O individuo aqui está subordinado ao coletivo, neste caso”, disse Mourão.
O vice falou sobre o período de isolamento e os sintomas da doença. “Eu tive três dias ali que realmente os sintomas foram mais pesados e, depois, não”, disse “A partir do quinto, sexto dia, eu estava bem”, descreveu.
Ele também lamentou o “número elevado” de mortes por Covid-19 no Brasil.