Veterinários viram réus suspeitos de retirar sangue de animais para vender, congelar pets mortos e outros crimes
Os veterinários responsáveis pela clínica Animed, em Nova Lima, são suspeitos de vários crimes envolvendo animais de estimação aos seus cuidados como maus tratos, estelionato e organização criminosa.
Segundo a Polícia Civil, se os animais que estavam internados para tratamento morriam, mas seus tutores não eram avisados. Os corpos eram congelados e a clínica continuava cobrando as diárias da internação. Quando os donos eram finalmentes avisados da morte, os corpos recebiam uma injeção para simular que a morte era recente.
Também são suspeitos de mentir sobre a saúde do pet para forçar uma internação e até intervenções cirúrgicas desnecessárias. Os tutores eram induzidos a comprar da própria clínica medicamentos caros e muitas vezes fora da validade.
A clínica mantinha ainda o serviço de banho e tosa. Quando levados pelos seus tutores para estes cuidados os veterinários tiravam o sangue dos animais que era vendido em bolsas para transfusão.
Os médicos veterinários Marcelo Simões Dayrell e Francielle Fernanda Quirino dos Santos, se tornaram réus nesta terça-feira, 9, mas as denúncias dos crimes tiveram início em 2019. Em 2020 o Ministério Público também apresentou denúncia contra a clínica e os veterinários. O casal chegou a ser preso, mas foi liberado e continuou mantendo a clínica e cometendo os mesmos crimes. Além dos dois sócios mais 10 pessoas também responderão pelos crimes.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais eles responderão pelos seguintes crimes:
- Retirada de sangue de animais levados para banho e tosa, sem autorização dos tutores, com objetivo de venda;
- Postergação de comunicação ao tutor sobre a morte do animal nas dependências da clínica para estender o período de internação;
- Simulação de procedimentos em animais já mortos;
- Prescrição de medicamentos desnecessários;
- Utilização de remédios proibidos, vencidos e com embalagem adulterada;
- Descarte irregular de lixo infectante para economizar com a coleta própria;
- Realização de procedimento cirúrgico sem a autorização do tutor;
- Ocultação de erros cometidos em cirurgias;
- Congelamento de animal morto e posterior descongelamento para simular que o animal acabara de morrer;
- Diagnósticos falsos para justificar internações e tratamentos desnecessários.