Menina de 11 anos que deu à luz após ter aborto negado volta a engravidar por estupro
Um exame realizado no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, em Teresina, constatou que a vítima está grávida de três meses
Um ano após dar à luz depois de ter sido estuprada e ter o direito ao aborto negado, uma menina de apenas 11 anos, moradora da zona rural de Teresina, foi novamente violentada e está grávida pela segunda vez.
Na última sexta-feira (9), um exame realizado no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, em Teresina, constatou que a vítima está grávida de três meses.
Em janeiro do ano passado, a garota tinha apenas dez anos quando engravidou após ser estuprada em um matagal por um primo, de 25 anos. Após ter o direito ao aborto negado menina prosseguiu com a gestação e deu à luz em setembro do mesmo ano. A própria mãe da criança, uma dona de casa de 29 anos, acabou não autorizando o aborto da filha, Segundo ela, na ocasião, o médico afirmou que a menina corria risco de morte ao realizar o procedimento. Na época, a garota de 10 anos também optou por não realizar o procedimento — ela estava com quase dois meses de gestação. O autor do estupro foi assassinado pouco tempo depois, por motivos desconhecidos segundo a família.
Após o nascimento do bebê, a menina abandonou os estudos, e, segundo informações locais, se negou a receber tratamento psicológico. Ela viveria em m conflito com a família e há quase um mês se mudou para um abrigo em Teresina, onde os educadores do local estavam desconfiando de uma possível gravidez. “Ela estava sem menstruar, arredia e com comportamentos suspeitos. Levamos na maternidade para fazer exame e foi constatado que ela está grávida de três meses. Foi um susto, um choque”, relatou a conselheira tutelar que acompanha o caso, Renata Bezerra.
Segundo Renata, o pai da menina defendeu que fosse realizado um aborto legal, mas a mãe negou. Por esse motivo a interrupção da gravidez não foi realizada na maternidade. “A menina já vive um trauma da primeira gravidez, não tem condições de cuidar de mais uma criança. Ela está sem dormir, perdendo sua infância. Mas a mãe não autorizou o aborto”, afirmou a conselheira.
Em entrevista a um veículo de notícias da região, a mãe da menina disse que soube há uma semana que a menina foi violentada por um tio. “Fiquei sem chão quando soube, indignada. Ela estava morando com o pai, na casa da avó, e o tio que a estuprou estava dormindo no mesmo quarto que ela”, disse a mãe. Ela ainda afirmou que não autorizou a interrupção da gestação porque “aborto é crime”. O primeiro filho da menina está aos cuidados do avô. Segundo a conselheira tutelar, o homem solicitou uma cesta básica para poder alimentar o neto, por estar desempregado e morar com mais outras cinco pessoas.
O caso de estupro está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e o suspeito do crime continua solto, segundo familiares.
Publicado por O Vale